Os vencedores da 57ª edição do "Troféu Imprensa"


A 57ª edição do "Troféu Imprensa" foi ao ar neste domingo (12/04) e mais uma vez teve a espontaneidade de Silvio Santos como ponto alto. Apesar de muito gripado, o melhor apresentador do país fez seus deboches e conduziu a premiação com a sua conhecida competência, proferindo uma sucessão de pérolas. Não estava tão inspirado como nos outros anos (por questões óbvias), mas valeu mesmo assim. Já o time de jurados mais uma vez foi composto por figuras que sempre marcam presença, como Sônia Abrão, Leão Lobo, Décio Piccinini, Flávio Ricco, Ricardo Feltrin, entre outros.



Infelizmente, as injustiças viraram rotina no "Troféu Imprensa", uma vez que o esquema de votação para a classificação dos três finalistas é feita exclusivamente pela internet e o vitorioso de cada categoria é escolhido por cinco jurados, selecionados aleatoriamente. Esta soma de fatores acaba implicando em um festival de erros que já deveria ter sido solucionado. Mas em todo ano as mesmas situações são repetidas e nada é feito para mudar, o que deixa a premiação cada vez mais enfraquecida.

Porém, apesar do equívoco em várias indicações, alguns vencedores mereceram ganhar o troféu e, como programa de entretenimento, o formato ainda consegue prender a atenção. As gratas surpresas deste ano foram Marcos Caruso e Mariana Ximenes, que estiveram no palco com Silvio.
Ele foi pegar seu troféu pelo grande desempenho em "Páginas da Vida" (onde viveu o amoroso Alex) e ela, com sua costumeira simpatia, marcou presença para levar dois troféus (Imprensa e Internet) em virtude do show de atuação que deu em "Passione", quando interpretou a diabólica Clara, sua primeira vilã e melhor o papel da carreira.

Mariana ainda fez questão de dizer que começou no SBT, na novela "Fascinação", escrita por Walcyr Carrasco, autor que lhe deu uma de suas melhores personagens anos depois: a mocinha Ana Francisca, em "Chocolate com Pimenta". Ela falou com muito carinho dele e de Silvio de Abreu. Foi uma bonita participação, pois mostrou (além da humildade e simpatia) que Mariana não nega suas origens e ainda é grata por tudo o que conquistou.

Entre os vencedores deste ano, Eliana faturou merecidamente como Melhor Apresentadora (Imprensa e Internet) e concorreu com Regina Cazé e Sabrina Sato. Mas a ausência de Fernanda Lima não foi justa. Já na categoria Revelação, Isabella Santoni ganhou. E foi prazeroso ver esta menina tão talentosa recebendo um justo reconhecimento pelo seu ótimo trabalho em "Malhação Sonhos" na pele da esquentadinha Karina. Rafael Vitti, outro merecedor, concorreu com ela, além de Sam Alves (vencedor do Troféu Internet). Aliás, a presença de Sam foi absurda, pois ele foi revelado em 2013 e não em 2014. Bruna Hamu, Anaju Dorigon, Jesuíta Barbosa, Conrado Caputo, Gabriel Godoy e Paula Barbosa, por exemplo, mereciam bem mais.

Na categoria Novela, foi lamentável não ver "Meu Pedacinho de Chão" e "O Rebu" entre as finalistas, pois as duas foram, sem a menor sombra de dúvida, as melhores e mais caprichadas novelas de 2014. "Chiquititas", "Império" e "Malhação Sonhos" (que o SBT equivocadamente juntou com a fraca temporada 'Casa Cheia' quando exibiu o clipe) concorreram e os jurados premiaram a trama de Aguinaldo Silva. Já o Troféu Internet foi dado para "Malhação", merecidamente, uma vez que a história de Rosane Svartman e Paulo Halm segue muito bem escrita, repleta de talentos, atrativos conflitos e bons personagens.

Paula Fernandes venceu como Melhor Cantora e levou o Troféu Imprensa e o Internet, vencendo Anitta e Cláudia Leitte. "De Frente com Gabi" (atração do SBT já extinta) faturou como Melhor Programa de Entrevista, derrotando o "Programa do Jô" e o "The Noite", este vitorioso na internet. Já Rodrigo Faro ganhou os dois troféus como Melhor Apresentador, concorrendo com Luciano Huck e Celso Portiolli. Entre os finalistas, ele realmente foi o mais merecedor, mas Silvio Santos deveria ter concorrido e vencido. Havaianas, OLX e Vivo disputaram como Melhor Comercial, onde a empresa de celulares triunfou na escolha dos jurados, enquanto a de compra e venda levou a melhor, coerentemente, na internet.

O vitorioso na categoria Melhor Programa de Auditório, como não poderia deixar de ser, venceu o "Programa Silvio Santos", derrotando "Eliana" e "Caldeirão do Huck". A atração do SBT é um dos trunfos da emissora e ainda ameaça a Globo, mantendo uma tranquila vice-liderança. Mas na internet o programa da Eliana foi vencedor. Gustavo Lima, Luan Santana e Chay Suede disputaram na categoria Melhor Cantor e o Gustavo ganhou pelo jurados e o Luan pela internet. Aliás, a categoria Cantor/Cantora nem deveria fazer parte das premiações televisivas, pois fogem ao tema.

William Bonner venceu como Melhor Apresentador de Telejornal, concorrendo com a polêmica Rachel Sherazade e Marcelo Rezende. Resta saber a razão para a ausência de Ricardo Boechat, Sandra Annenberg, Renata Vasconcellos, entre outros, e a presença de Marcelo, já que o "Cidade Alerta" não é um telejornal. E, por mais absurdo que possa parecer, o mesmo programa foi finalista da categoria Melhor Jornal, mas perdeu para o "Jornal Nacional" (assim como Bonner, vencedor também na internet), que derrotou ainda o "SBT Brasil". Mas o "Jornal da Band" merecia ter concorrido.

Lília Cabral foi escolhida pelo juri como Melhor Atriz e disputou com Marina Ruy Barbosa e Juliana Paiva. Marina e Juliana são talentosas e mereceram o reconhecimento, mas não ter Cássia Kiss, Patrícia Pillar, Marjorie Estiano e Drica Moraes como finalistas, por exemplo, foi um absurdo. Marina ganhou na internet, o que também não foi justo em comparação com a grande Lília, que esteve primorosa na pele da Maria Marta, em "Império".

E Alexandre Nero foi eleito o vitorioso na categoria Melhor Ator, tanto pela internet, quanto pelos jurados. Premiação mais do que merecida por sua atuação como o arrogante comendador José Alfredo de Medeiros, na história de Aguinaldo Silva. Ele concorreu com Rodrigo Simas e Arthur Aguiar, dois jovens que já comprovaram que têm talento e vêm se firmando na carreira. Porém, como não ter Osmar Prado, Tony Ramos, Othon Bastos, Irandhir Santos, entre outros, como finalistas? Este tipo de situação deixa o "Troféu Imprensa" desacreditado.

Outro momento que deixou a desejar foi a escolha de Melhor Humorístico. "A Praça é nossa", "Pânico na Band" e "Zorra Total" concorreram, onde o programa do SBT foi eleito pelos jurados e a atração da Band foi escolhida pelos internautas. Mas a grande questão foi a ausência do "Tá no Ar", a melhor estreia de um formato de humor na Globo em anos. É no mínimo questionável o desgastado "Zorra" estar presente e este ótimo produto de Marcelo Adnet, Marcius Melhem e cia ser ignorado.

Infelizmente, todo ano são feitas críticas em cima dos critérios ultrapassados e equivocados do "Troféu Imprensa", mas Silvio Santos e os envolvidos na realização do prêmio não estão muito preocupados em mudar. Entretanto, a premiação ainda funciona como reconhecimento de alguns bons trabalhos e desperta atenção como programa em virtude das pérolas do sempre genial Silvio. Apesar de algumas injustiças e muitas ausências sentidas entre os indicados, vários premiados mereceram o troféu e resta torcer para que o formato seja reformulado o quanto antes, ainda que a chance da mudança ocorrer seja remota.

zamenza.blogspot

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