"Favela Chique" pode ser antecipada na Globo
Fechando sua quarta semana de exibição, Babilônia registra audiência média de 25 pontos. No mesmo período, a antecessora, Império, teve média geral de 31.
Após dias caóticos, quando chegou a marcar apenas 20 pontos, Babilônia esboçou uma reação, chegando aos 26.
Os autores Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga começaram a mudar os rumos da história a partir da avaliação feita por um grupo de discussão.
Agora haverá menos traição, menos sexo, menos violência, menos visibilidade para a causa gay. É como se passassem um filtro em Babilônia para deixá-la mais ‘soft’.
Pelo cronograma inicial, a novela iria até o final de setembro. Já circulam rumores nos corredores da Globo sobre uma possível antecipação do fim.
Um fato ocorrido em 2014 alimenta essa especulação. Com ibope baixo e alta rejeição (assim como a trama atual), Em Família terminou bem antes do previsto.
A novela escrita por Manoel Carlos teve apenas 143 capítulos. O habitual são 179, ou mais, como nos casos de Império (203) e Amor à Vida (221).
A próxima produção das 21h será de João Emanuel Carneiro, o mesmo autor de Avenida Brasil (2012). O título provisório é Favela Chique. Há dupla expectativa: por uma repetição do sucesso anterior do novelista e pela recuperação da principal faixa do horário nobre da Globo.
As primeiras gravações estão previstas para o final de maio, sob o comando da estrelada diretora Amora Mautner, uma das responsáveis pelo êxito de Avenida Brasil.
A estreia, agendada para o começo de outubro, poderá ocorrer antes caso Babilônia permaneça abaixo dos 30 pontos de média.
Favela Chique será protagonizada por Alexandre Nero, o Comendador José Alfredo de Império, e terá no elenco atores populares e midiáticos como Giovanna Antonelli, Susana Vieira e Cauã Reymond.
Operação de salvamento
A Globo tem investido em muitas chamadas de Babilônia nos intervalos, numa espécie de relançamento do folhetim. A todo momento anuncia ‘revelações’ da trama.
Antes da estreia, a divulgação da novela estava focada na relação de ódio entre as vilãs Beatriz (Gloria Pires) e Inês (Adriana Esteves), e na sede de justiça da heroína Regina (Camila Pitanga).
Agora os holofotes se voltaram para os casais românticos, como se Babilônia fosse mais uma novela açucarada baseada nas desventuras do amor.
Não é impossível, mas será difícil que o folhetim recupere os telespectadores perdidos. Não basta readequar enredos e personagens. A questão envolve novos concorrentes e hábitos.
Antes, o noveleiro era fiel. Uma das razões desse comportamento era a falta de opções na programação e de outros meios de entretenimento.
Hoje Babilônia enfrenta concorrência forte da Record, do SBT, dos canais pagos, e da imensidão de ofertas na internet, incluindo aí a força cada vez maior do Netflix.
Acabou a figura do telespectador passivo, que sentava diante da TV e consumia apenas o que era oferecido pelas emissoras.
Atualmente ele vê o que quer, quando quer, e tem outras plataformas à disposição, como o tablet e o smartphone.
Essa nova realidade tirou força da TV aberta. Os canais tradicionais ainda estão sob o impacto dessa mudança radical.
terra
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