Aguinaldo Silva põe a culpa em Drica Moraes pelo fracasso de Cora como vilã
Cora (Marjorie Estiano) morrerá por defender seu grande amor, José Alfredo (Alexandre Nero), mas ganhará um último presente de Aguinaldo Silva: uma noite com o comendador
O público ficaria pasmo se soubesse a quantidade de imprevistos que acontecem durante os quase duzentos capítulos de uma novela das 9. É atriz que se recusa a usar figurino de gente humilde, é ator que não quer beijar A, B ou C, é estrela que reclama das falas minguando nos capítulos. É, enfim, nada mais do que uma firma, um ambiente de trabalho cujo objetivo é levar ao ar um programa de uma hora, o mais visto do país. De tudo o que pode acontecer a um autor cuja novela está no ar, questões relacionadas à saúde da equipe são as mais temidas – a convalescença pode levar dias, meses ou, de uma hora para outra, provocar a saída de alguém do elenco.
A três semanas do final de Império (Globo, 21h15), Aguinaldo Silva revela a QUANTO DRAMA! que Cora (Marjorie Estiano) vai de fato sair de cena no começo da próxima semana por, sem meias-palavras, ter perdido a função na novela. “Cora devia ser a grande vilã da novela. Mas problemas surgidos logo no início da trama fizeram com que a personagem perdesse esta função, já que era preciso poupar a atriz que vivia a personagem. Com isso me vi obrigado a criar outros vilões, que não estavam previstos na sinopse, como Maurílio e Fabrício Melgaço”, detalha o autor.
Perfeita no papel, mas impossibilitada de continuar – até porque, dada a importância da personagem, haveria mais e mais cenas a gravar – Drica Moraes se afastou do elenco, no final de novembro. Marjorie voltou à cena, bem como sempre, e a história tomou um rumo um bocado surrealista com tintas humorísticas. Mas Cora nunca mais foi a mesma. Nem poderia. “Quando aconteceu a troca de atrizes essas novas diretrizes já estavam traçadas. Por isso resolvi apostar na obsessão de Cora por Zé Alfredo, que se tornou apenas uma (forte) trama paralela”, continua o autor.
Doida de pedra, quem sabe por causa do tratamento rejuvenescedor milagroso, a personagem divertiu e comoveu com o amor incondicional por José Alfredo. Em muitos momentos, inclusive, conseguiu manter o perfil inicial, o de manipuladora, e fez a trama andar com uma tramóia aqui e outra ali. Mas não era o suficiente, na visão de Aguinaldo. “A obsessão dela teria que ser resolvida de alguma maneira e eu optei pela grandeza do gesto que redime Cora: ela salva a vida daquele a quem ama obsessivamente… E morre no lugar dele”, adianta. “Veja bem, isso acontece a três semanas do final da novela, depois que vários personagens já tocaram pra subir. Posso dizer que, apesar das limitações iniciais que desvirtuaram sua função em Império, Cora viveu – e morreu – em grande estilo, inclusive porque terá aquilo que sempre sonhou – uma noite de amor com Zé Alfredo: esta será a grande surpresa da próxima semana.”
Conhecido por defender os atores de suas novelas, Aguinaldo observa ainda que “a pior coisa que pode acontecer a uma personagem de novela é ficar vagando feito um fantasma, sem função”. “E eu jamais faria isso com a minha Cora… E menos ainda com Marjorie Estiano que, ao aceitar voltar à novela, para mim se mostrou uma mulher de grande coragem, uma verdadeira heroína. Cora morre, mas não será esquecida.”
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