'A novela lacrou', diz Aguinaldo Silva sobre 'Império'; confira


RIO - Meses antes da estreia de “Império”, o autor Aguinaldo Silva declarou que sua intenção era fazer um “folhetim desvairado”. A história, que chega ao fim na sexta, saiu exatamente do jeito que o escritor planejou.

— Fiz o que queria: um novelão, um folhetim desvairado. Mas isso não teria sido possível se toda a equipe que participou do trabalho não deixasse o pudor e o senso de ridículo de lado e mergulhasse de cabeça no melodrama e no dramalhão — acredita Aguinaldo.

Sucesso de audiência, a trama ultrapassou os 40 pontos na semana passada. Apesar de ter enfrentado alguns percalços, o autor considera que “Império” “deu certo como um todo”.

— Sempre vejo a novela como um todo. Ou tudo dá certo, ou eu fiquei no meio do caminho. “Império”, me desculpe a falta de modéstia, imperou, sambou e lacrou, ou seja: nela tudo deu certo — afirma.

Nem mesmo a alardeada substituição de Drica Moraes (a Cora da segunda fase) por Marjorie Estiano (que viveu a vilã nos primeiros e nos capítulos mais recentes) foi capaz de abalar a produção.

— Foi aquele momento em que você tem que ser curto e grosso, rápido e cortante, deixar os sentimentos de lado e levar em conta o que é melhor para as pessoas que dependem do seu trabalho. A novela não podia parar. Por isso, não levamos mais que duas horas para resolver a situação — recorda ele.

Aguinaldo explica que sua trama tinha, desde o início, o formato de uma saga medieval.

— Havia o castelo onde se isolava a família real, a corte que vivia em torno do castelo e a plebe. A trama central era ocupada pelos primeiros. Já os da corte e os de fora das muralhas tinham seus dramas pessoais, que podiam ser retomados, e resolvidos ou encerrados, a qualquer momento — diz.

Por isso, ele matou Cora bem antes do fim da novela.

— Como personagem, ela já tinha cumprido sua função na história e seria injusto mantê-la em “Império” sem ter mais o que fazer — explica o autor.

Um dos mistérios dos últimos tempos da história, a identidade de Fabrício Melgaço, o homem por trás dos atentados contra José Alfredo (Alexandre Nero), será revelado no capítulo de terça. Se o autor não resolver mudar tudo de última hora, o grande vilão é mesmo José Pedro (Caio Blat).

— Na estrutura medieval da minha novela, a trama do príncipe preterido que conspira contra o imperador seu pai é obrigatória — acrescenta Aguinaldo.

Na semana passada, a notícia de que o Comendador será assassinado pelo próprio filho no último capítulo caiu como uma bomba entre os telespectadores.

— Não posso dizer o que o público pode esperar (do último capítulo), mas posso falar sobre o que ele vai querer: que a barca dos mortos dê meia volta e o Comendador retorne ao mundo dos vivos pela segunda vez... E retome o seu império.

O protagonista, um sujeito carismático, mas cheio de erros, diz o autor, fez sucesso “porque era de carne e osso”. Dona de um temperamento parecido com o do pai, a mocinha da novela, Cristina (Leandra Leal), deve ter um final feliz com Vicente (Rafael Cardoso). O cerimonialista Cláudio Bolgari (José Mayer), que abriu mão do seu amor por Leonardo (Klebber Toledo) em prol da mulher e dos filhos, vai voltar a viver com o jovem.

— Os protagonistas das histórias românticas nas novelas têm que passar por percalços antes de atingir a felicidade. Se Cláudio e Léo ficassem juntos o tempo todo a história perderia a graça, por isso eu os separei. Mas eles vão terminar juntos e, aí sim, felizes para sempre, como acontece em toda história de amor... — promete.

Já os vilões Silviano (Othon Bastos) e Maurílio (Carmo Dalla Vecchia) vão morrer. E o preconceituoso, homofóbico e racista Enrico (Joaquim Lopes), conta o autor, vai se apaixonar “por uma negra linda e se casar com ela na Itália”.

oglobo.globo

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